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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


À Procura de Um Par - Lorena Chaves



A porta entre aberta
Veste o que pode pra se aquecer
E esquecer









Toca o telefone, atende
Não sabe o que dizer
Escreva então
E d'outro lado está
Alguém que perderia
Horas pra te ouvir falar 


Mesmo se não houver palavras ditas
Há quem escute o seu lamento
Sem precisar dizer







Deixa a luz entrar pela janela
E te mostrar que a esperança está
À procura de um par






quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

...




Aeroportos já viram mais beijos sinceros do que
casamentos. Paredes de hospitais já ouviram
preces mais honestas do que igrejas.
A verdade absoluta das pessoas, na maioria das
vezes, só aparece no momento da dor ou da
ameaça da perda. 
Portanto não deixe pra depois
o que pode ser feito ou dito agora!!!

                                  
                                                        (Desconhecido)






quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

"O Amor Envelhece?"

Fui para o café do hospital para esperar o resultado de um exame e, chegando lá, deparo-me com o grande homem. Um daqueles que todos gostam e respeitam, que em oitenta anos de vida vitoriosa e admirável.
Ele com um semblante marcado pela dor. Pergunto como vai e ele me responde: “Minha mulher vai muito mal. Muito mal, mesmo!” Isso respondia à minha pergunta. “E eu precisava dizer isto!” Completou ele, com sua bela voz trêmula de emoção.
A filha, ao lado, mais tranquila, contou-me o que eles estavam passando. A mãe, mulher do grande homem, estava há 40 anos sofrendo com uma doença crônica e agora, aos 77, os danos causados pelos medicamentos que ela teve que tomar todo esse tempo, vinha apresentando sintomas cada vez mais difíceis de lidar.
Cinco dias antes daquele encontro ela tinha se sentido mal, ido para o hospital fazendo piada e dizendo que precisava tirar uns dias no SPA, e lá chegando perdeu a consciência. E até aquele momento não havia recobrado mais.
Ela contava a história e ele chorava mansamente. “Ela é uma guerreira”, dizia ele com a voz embargada e os olhos embaçados. E eu conseguia vislumbrar sua dor: em parte queria que ela não mais sofresse, que ficasse boa para ser a mulher bem-humorada e amorosa. Por outro lado sabia que se ela ficasse livre do sofrimento, provavelmente seria por tê-los deixado. Pior, temia pela sua ausência de 5 dias. Até quando duraria? E se? Sem se despedir? Tudo isto eu imaginava ver em seus olhos. A filha parecia mais preocupada com ele. Sabia que tinha que cuidar de um e de outro. Mulher bem criada, de um lar feliz e amoroso.
Fiquei pensando na dor do amigo e em como o amor permanece intacto, sem nenhuma ruga, sem cabelo branco, forte e vigoroso. Só porque a gente quer ou porque temos a sorte.
A voz do grande homem, falando dela, lembrava a de um adolescente diante da possibilidade de perder o grande amor.
Pensei que o amor pode permanecer mesmo quando os amantes se vão. Os dois. Naquilo que o amor frutificou, iluminou, coloriu. E tanta gente, eu mesmo, perdendo tempo com problemas pequenos.
                             

                                                             - Por: Leo Jaime